O professor livre

Actualizado: 22/10/2025

Publicado: 22/10/2025

O professor Americano de educação Joseph Schwab (1909–1988) estudou programas curriculares. Ele defende – por ver o ensino como uma arte prática por natureza – que o professor deva usufruir de liberdade/autonomia no exercício das suas funções, bem como interferir na tomada de decisões curriculares (1).

À luz de Schwab (1), os professores praticam uma arte. Momentos de decisão sobre o que fazer, como, com quem e em que lugar, surgem centenas de vezes ao longo de uma jornada escolar diária, e surgem diferentemente em cada dia e com cada grupo de estudantes. Não há comando ou instrução que possam ser formulados com vista ao controlo desse tipo de comportamento e juízo artísticos.

Andreas Schleicher é actualmente o director para a educação e competências da OCDE, sendo ele que fundou e supervisiona o programa PISA para avaliação internacional de estudantes de 15 anos em leitura, ciências e matemática.

Schleicher afirmou em 2019 que os resultados de Inglaterra no PISA reflectiam a falta de confiança nos seus docentes, tendo inclusivé mencionado que alguns dos sistemas educativos mais bem sucedidos (e.g, Estónia) tinham regimes de inspeção escolar pouco rigorosos (2).

Para a Finlândia (pelo menos em 2017), o potencial de cada aluno deve ser maximizado (3). Eu defendi-o aqui como o garante de qualquer escola verdadeiramente inclusiva.

Na Finlândia, os professores têm autonomia pedagógica. Podem decidir por si que métodos de ensino, manuais escolares e outros materiais usar nas suas aulas. Planeamentos detalhados do ano lectivo tão-pouco lhes são exigidos (3, 4, 5).

Também na Finlândia, as inspeções às escolas foram abolidas no início dos anos 90 do século XX, e o desempenho dos professores não é observado nem classificado. Ao invés, há discussões anuais com os líderes escolares onde lhes é dado feedback sobre a autoavaliação de cada docente. Além disso, exames nacionais realizados anualmente permitem avaliar o desempenho académico dos alunos por escola e por docente (3, 4, 5).

1. Schwarz-Franco O (2022). Necessarily Free: Why Teachers Must be Free, Studies in Philosophy and Education, 41(3), DOI📦

2. Lough C (2019). Pisa chief: ‘Mistrust of teachers holds England back’, Tes Magazine. 📦

3. Ministry of Education and Culture – Finland,  Finnish National Agency for Education (EDUFI) (2017). Finish education in a nutshell, ISBN: 978-952-13-6335-1, PDF📦

4. Sharma S (2025). Perspective | How the world’s happiest country supports its teachers, EdNC. 📦

5. Hart J (2017). The big lesson from the world’s best school system? Trust your teachers, The Guardian. 📦


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